O momento de decisão é, antes de tudo, solitário. Olha-se em volta e nada oferece conforto. Por algum motivo que você desconhece, a mágica se quebrou e tudo que antes inspirava e explicava agora é inerte. Os estranhos no metrô, antes vivos personagens de uma história em andamento, agora são apenas pessoas no metrô. A música, que antes levava às lágrimas, agora passa reto pelo coração. Os amigos, sempre fontes inesgotáveis de sentido para a vida, já não pertencem à vida que você vive nesse momento. Você tenta de novo, uma, duas, três vezes e nada acontece, todos soltaram da sua mão. A sensação de desamparo é pungente. E então você compreende: este é um portal que deve ser cruzado sozinho.
É um grande passo, ao mesmo tempo o mais difícil e mais fácil de todos. Difícil pelas razões já expostas, fácil porque no fundo não é uma escolha. Não dar esse passo não é uma opção, a ponte atrás de você já desmoronou.
E mesmo assim você hesita infinitamente.... O que é o medo!
Sozinho, é assim que se vai. Com um leve sorriso de despedida para quem fica. Com um frio no estômago, uma vertigem, uma contração de músculos. E num instante você está no ar, no vazio. O terror e o alívio se misturam em partes iguais. Até que... até que o que? Não se sabe. Não há nenhuma garantia.
A isto poderia chamar-se nascer.
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4 comentários:
Adorei, Gi! Benvinda ao mundo dos blogs! Já era hora de vc iniciar um! Muitos beijos e muitos posts! Serei fiel leitora...
Respondo-te de verdade em um momento mais inspirado. Nesse meio tempo, parabéns. =)
Boa, Gi!
Finalmente, um blog seu! Rsrsrsr...Considerando o fato de ate eu ter um...estava na hora! Boa sorte!
Solitário é o caramba! Tamo aí pra o que der e vier! Faz logo o que tem que fazer, mulher! :D
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