quinta-feira, 23 de julho de 2009

A definição perfeita da vida corporativa (Muuuu!)

Dilbert.com

Ensinar/Aprender

Quando você presta atenção, o mundo fala com você.

O Dan Stulbach, aquele ator global não tão global, que fez o cara que batia na esposa com uma raquete de tênis numa das novelas do Manoel Carlos, enfim, o Dan, numa entrevista que ouvi na rádio Eldorado outro dia, teve de responder à seguinte pergunta:

"Você começou a dar aulas de teatro quando tinha 17 anos. Como é dar aula tão novo? Você já tinha experiência para ensinar naquela época? Como isso foi possível?"

A resposta:

"Eu descobri que ensinar, na verdade, significa criar situações de aprendizado. Não se trata de transmitir um conhecimento que você possui e o aluno não, mas sim de criar uma situação em que o aluno descubra o que sabe por si só. E isso não tem a ver com idade"

As melhores frases do 1o semestre na FFLCH

Coisas que aparecem escritas nas lousas, murais e paredes de banheiro lá da Letras:

Os marxistas estão em casa jogando Wii.

Welcome to Marxland, where you are Mickey Mouse.

Ninguém me ama, ninguém me quer,
ninguém me chama de Baudelaire.

Em terra de gay quem tem pinto é rei.

* a lista é grande, vou postando outras conforme for lembrando.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Fotos que eu adoro

Amanhacer na Av. Dr. Arnaldo















Garotinhas desconhecidas em Sevilla



















E um flagra à luz do dia: "contrabando de alface"!











E elas ainda disfarçam...











EU ODEIO ESSE INVERNO TROPICAL!

Esse inverno paulistano é uma tortura pra mim. Faz frio em todo lugar: em casa, nos escritórios, nas salas de aula, lojas, restaurantes, cafés, supermercados, everywhere. Passo meus dias com as unhas roxas, os pelos arrepiados, os músculos contraídos, o nariz vermelho. O único lugar em que tenho um descanso é o carro. Estacionado no sol ele vira uma sauninha maravilhosa. Acho que vou ficar trabalhando lá. Ou vou me mudar pro Nordeste, onde o inverno é verdadeiramente tropical. Ou pra um país frio, onde pelo menos todos os ambientes fechados são quentinhos, mesmo que do lado de fora esteja -30 graus. O que não dá pra aguentar são esses constantes 15 graus de São Paulo.

Pronto, falei.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Flip em imagens

A tenda.
E viva o Itaú!

É ele, é ele!

Xinran: Miss Simpatia

... e olha o sapatinho dela!


Por último, as pérolas de Parati:

(excelente nome pra salão, não?)

(reparem no trocadilho: para-ti modas)

(agora que parei pra ler: sorteio de fusca com 40 caixas de cerveja, hahahaha!)

A "listinha"

Na Flip a listinha do "por ler" sempre cresce. Seguem os acréscimos desse ano:

  • Deus é um delírio (Richard Dawkins)
  • O convidado surpresa (Gregoire Bouillier)
  • As boas mulheres da China (Xinran Hue)
  • O resto é ruído (Alex Ross)
  • O sol se põe em São Paulo (Bernardo Guimarães)
  • Syngué sabour: pedra de paciência (Atiq Rahimi)
  • O arquipélago da insônia (Antônio Lobo Antunes)
  • Cotovia (Deszö Kosztolányi - esse autor, de nome impronunciável, foi recomendado pelo super exigente Antonio Lobo Antunes. Disse ele que foi uma alegria encontrar um livro tão bem escrito. A ver.)

Sophie Calle na Torre Eiffel


Esse foi um dos "projetos artísticos" dela: passar uma noite numa cama instalada no último andar da Torre Eiffel.

Linda foto!

Flip - dia 3

Um dia glorioso!

Tem coisas que só a Flip proporciona pra você!

Pra começar, a mesa 11, com Alex Ross, o americano que escreveu um best-seller sobre música clássica do século XX chamado "O resto é ruído". O cara é demais. Começou o debate tocando o início da Sagração da Primavera, de Stravinsky, e depois leu um trecho do seu livro em que descreve a noite de estréia dessa obra em Paris: houve brigas, confusão, competição entre vaias e aplausos, um verdadeiro barraco, tamanho o choque do público com aquele novo estilo de música. E o comentário dele a seguir:

"toda vez que vou a uma sala de concerto eu fico esperando que algo semelhante aconteça. Mas infelizmente nunca aconteceu e acho que nunca vai acontecer. Não existe mais um público assim tão envolvido com a música a ponto de se rebelar contra algo que não goste. As pessoas parece que tem medo de tomar partido, tem medo de ficar do lado errado da história"

Muito bem, seu Alex, muito bem!
Eu já tinha ouvido falar dessa história e também tinha pensado como seria legal ir a um concerto e ver as pessoas brigando por causa da música, hehe.

A mesa a seguir (12) foi algo inacreditável. Eles conseguiram trazer um ex-casal de namorados para debater ali, em público, o fim da relação e as obras de arte feitas a partir desse relacionamento.

A duplinha era composta pelos franceses Gregoire Bouillier e Sophie Calle.

A Sophie merecia um ensaio só pra ela (já dei uma palinha num outro post). Que mulher extraordinária! Multi-artista total, escritora, fotógrafa, artista plástica, agitadora cultural e sei lá mais o que. É impossível resumir aqui as histórias malucas que essa mulher já viveu.

Se ela por si só já daria assunto suficiente, vejam só o que foi esse debate. Sophie e Gregoire namoravam. Um dia ele manda um email pra ela terminando tudo. Ela fica puta e passa dias pensando em como responder esse email. Até que ela tem a idéia de fazer disso um novo projeto artístico. Ela contata uma centena de mulheres aleatórias, conta-lhes essa história e pede que escrevam a sua resposta. Isso virou uma exposição. O email do Gregoire e as respostas correram o mundo!

Já o Gregoire escreveu um livro chamado "O convidado surpresa" sobre o dia em que conheceu a Sophie.

Esse foi o primeiro encontro público deles desde então. Como eu disse, tem coisas que só a Flip traz pra você.

Foi muito engraçado. Esses franceses são mesmo muito pra frente.

Mas o mais bonitinho foi a Sophie dizendo que, a certa altura, ela se deu conta de que se o Gregoire voltasse, ela não terminaria o projeto, porque não faria mais sentido. Mas que ela nunca duvidou qual seria sua escolha neste caso: o namorado, e não a arte.

Será que, depois disso tudo, eu poderia esperar por algo ainda melhor na última mesa do dia? Eu não esperava, mas aconteceu: Antônio Lobo Antunes.
Quem???

Pois é, eu também não conhecia. Por isso estranhei quando o mediador do debate anunciou que seriam distribuídas senhas para quem quisesse autógrafos no final. Até então isso só tinha acontecido com o Chico!

Pois bem, Antônio Lobo Antunes é ninguém mais ninguém menos que o "Saramago II". Ou pelo menos foi essa a melhor definição que achei. Ele escreveu tantos livros quanto, recebeu tantos prêmios quanto, é tão famoso mundo afora quanto o "Saramago I". Só não é conhecido no Brasil, sei lá por que.
A entrevista foi cheia de piadinhas e referências ao "outro".

"Teria a academia sueca cometido um 'erro de português'?", perguntou o entrevistador a certa altura.

Mas ele não se abala. O cara é um figurão, com aquele humor português que eu já conhecia do Saramago, uma delícia. Rimos do início ao fim, com execeção das partes que não entendemos, já que aparentemente precisaríamos de uma tradução simultânea do português de Portugal para o brasileiro. Eita sotaquezinho difícil!
Foram muitos comentários sagazes.

Sobre o ofício de escrever por exemplo, ele disse:

"é preciso entender que a maioria das palavras existe para NÃO ser usada. Os adjetivos, por exemplo, são umas putas."

Sobre o que ele gosta de ler:

"eu gosto muito de poesia. A prosa pra mim é um problema, eu começo a ler e já tenho vontade de corrigir."

Numa divagação sobre arte:

"As Meninas, de Velazquez, é o maior livro, o melhor soneto, a melhor sinfonia, o melhor quadro que o homem já escreveu".

Obviamente agora que tenho que ler pra ver se os livros são mesmo tão bons quanto dizem. E aumenta a listinha!

Flip - dia 2

Mesa 6.
Foi um debate sobre poesia com uns autores modernos (e jovens) dos quais eu nunca tinha ouvido falar: Heitor Ferraz, Eucanaã Ferraz (eita nominho) e Angélica Freitas.
É interessante saber o que as pessoas do seu tempo, da sua geração, estão escrevendo. Os clássicos são sempre garantidos, claro, não tem erro ler Manuel Bandeira. Mas tem algo de muito especial em ler o que os nossos contemporâneos escrevem. Mesmo que eles não entrem pra galeria dos grandes gênios, tem um apelo especial, um som mais familiar.

Gostei especialmente da Angélica, entao segue um dos poemas que ela leu lá (péssimo ajuntamento de L's...):

"na banheira com gertrude stein

gertrude stein tem um bundão chega pra lá gertude stein e quando
ela chega pra lá faz um barulhão como se alguém passasse um
pano molhado na vidraça enorme de um edifício público

gertrude stein daqui pra cá é você o paninho de lavar atrás da
orelha é todo seu daqui pra cá sou eu o patinho de borracha é meu
e assim ficamos satisfeitas

mas gertrude stein é cabotina acha graça em soltar pum debaixo
d'água eu hein gertrude stein? não é possível que alguém goste
tanto de fazer bolha

e aí como a banheira é dela ela puxa a rolha e me rouba a toalha

e sai correndo pelada a bunda enorme descendo a escada e
ganhando as ruas de st.germain-de-près"

Mesa 7: debate meio quente entre Atiq Rahimi, um afegão refugiado na França, e Bernardo Carvalho, autor brasileiro que eu preciso conhecer. Eu só me lembro que ele escreveu "O sol se põe em São Paulo", livro que faz relativo sucesso, acho que já vi até propaganda no metrô. Do debate mesmo não lembro muita coisa. Ficou só a vontade de ler os livros deles pra ver do que se trata.

Mesa 9: Mario Bellatin, um mexicano meio piradão, e Cristóvão Tezza, autor daquele livro que já tá virando best-seller, "O filho eterno", que conta sua história com seu filho deficiente. Eu esperava que ele falasse mais desse livro, mas o mexicano não deixou. A única coisa que eu acabei guardando dessa conversa foi seu comentário sobre problema pessoal Vs. problema literário:

"escrever não é uma confissão. Para escrever sobre problemas pessoais, é preciso resolvê-los primeiro. Aí, então, ele se torna apenas um problema literário."

sábado, 4 de julho de 2009

Com vocês, Sophie Calle:

"Eu tinha quatorze anos e meus avós queriam corrigir algumas das minhas imperfeições. Iriam refazer meu nariz, esconder a cicatriz da minha perna esquerda com um pedaço de pele retirado das nádegas e, ainda, corrigir minhas orelhas de abano. Eu não estava convencida, mas me tranquilizaram: eu poderia desistir até o último instante. Foi marcada uma consulta com o Dr. F., famoso cirurgião plástico. Foi ele que acabou com as minhas dúvidas. Dois dias antes da operação, ele se suicidou."

Medo

Todo mundo tem medo da morte (é o que dizem).
Eu tenho medo que as pessoas fiquem bravas comigo. Muito mais que da morte, com certeza.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Flip - dia 1

O dia prometia. Xinram e Richard Dawkins na sequência, não é pouca coisa, não.
Mas as palavras mais marcantes acabaram vindo de onde menos se esperava. Domingos de Oliveira, na mesa "Separações":

- Eu sou um cara muito produtivo e vou contar pra vocês qual é o segredo para ser produtivo. É muito simples: basta terminar tudo que você começa. Depois você vê se ficou uma merda ou uma maravilha, mas antes, termine.

- Em algum lugar existe a "terra das obras de arte prontas". O trabalho do artista então não é criar a obra, mas sim tornar-se leve o suficiente para chegar até lá e pegá-la.

* Essa idéia apareceu de novo na mesa sobre poesia da sexta-feira (post depois desse): o poeta seria a mera "impressora de deus", hahaha. De um jeito ou de outro essa idéia já tinha passado pela minha cabeça, mas acho que nunca conseguiria expressá-la tão bem!

- Histórias com final feliz são chamadas "histórias de amor". Histórias com final infeliz são chamadas "histórias de relacionamento".

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bibliotecas

Outro dia alguém olhou minha estante na sala e perguntou: "esses são todos os livros que você leu na vida? Eu achava que você tinha lido muito mais!"

Só aí que me dei conta: eu não comprei muitos livros na vida. Na verdade, isso é um hábito bem recente. E pior: parece que a minha taxa de leitura de livros segue uma tendência inversamente proporcional à minha taxa de compra de livros. Ou, em termos menos engenheirísticos: quanto mais livro eu compro menos livro eu leio.

Onde estão, então, todos os livros que eu li na vida? Simples: na Biblioteca Municipal de Jundiaí. Também emprestei muito livro das minhas tias e primas, vizinhos e amigos. Comprar livros mesmo, visitar mega-stores, nunca esteve nos hábitos da família. Será isso um hábito de cidade do interior?

Flip - dia 0

Conferência de abertura com Davi Arriguchi Jr.

A platéia lotada ouve atentamente a aula sobre Manoel (ou Manuel? nunca sei...) Bandeira.
Adorei a palestra, mas não pude deixar de pensar que foi muito parecida com a minha aula de Introdução aos Estudos Literários I na faculdade. A diferença é que aqui o palestrante falava para uma platéia lotada, composta pela "nata da intelectualidade nacional", pessoas que dirigiram horas para chegar até aqui e pagaram ingresso para vê-lo pelo telão. Havia até cobertura jornalística, imaginem! Na faculdade o pobre professor Mazzari se mata pra conseguir a atenção de meia dúzia de gatos pingados (a aula dele é no segundo horário, 9 da noite, ou seja, metade da turma já foi embora), cansados e desinteressados em sua maioria, numa salinha apertada, suja, cuja infra-estrutura se limita a mesas e cadeiras dos anos 60 e um projetor de slides quebrado.
A aula é a mesma, só mudou o contexto.
Mas quanta diferença....

Show de abertura da Adriana Calcanhoto

Eu não tinha ingresso, tentei comprar na hora mas estava esgotado. A certa altura, porém, liberaram a entrada pra todo mundo. O show não estava lá mesmo tão disputado.
Enchi a cara de prosecco patrocinado pelo Itaú/Unibanco, from now on, meu banco favorito, hehehe.
Foi uma noite perfeita. A Adriana é linda, tem uma voz de veludo, minhas amigas estavam felizes, tinha uma garotinha brincando na minha frente que lembrava minha sobrinha...
Ri sozinha pensando em quantos shows caríssimos e disputadíssimos eu já fui na minha vida e como esse estava sendo melhor que todos eles. Sinto até ímpetos de fechar esse post com o chavão "as melhores coisas da vida vem de graça", mas é melhor evitar chavões. Só sei que essa foi de graça e foi excelente.

Flip 2009

Como israelenses e palestinos em trégua, paulistas e cariocas encontram-se pacificamente no território sagrado de Parati.
Começa a Flip 2009!