quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A Márcia Prado e sua rota

Ontem percebi uma coincidência. Na única vez em que escrevi neste blog sobre bicicleta, foi para comentar a morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, em 14 de janeiro de 2009, atropelada por um ônibus na Paulista. Muitos outros ciclistas já haviam morrido antes no trânsito de São Paulo e muitos outros vieram a morrer depois, mas aquela foi a primeira vez que o assunto realmente me chamou a atenção, talvez porque eu estivesse na época começando a pensar em andar de bicicleta por aí. Fui comprar mesmo uma bike em janeiro de 2010, mas na verdade só fui começar a pedalar mais forte mesmo no ano passado.
Mas aquele acidente com a Márcia me marcou bastante, tanto que escrevi esse post aqui na época.

E eis que, em 11 de novembro de 2012, estou eu descendo para o litoral de São Paulo pela rota hoje chamada "Rota Márcia Prado"! Quando fiz esse passeio eu sabia que o nome era uma homenagem a uma ciclista atropelada em São Paulo, mas nao tinha percebido até ontem que era a ciclista sobre a qual eu escrevi 3 anos atrás.
A rota, se não me engano, tem início ali na ciclovia da marginal Pinheiros, continua por uns bairros da Zona Sul de São Paulo (Grajaú etc), numa área ainda urbana, depois entra na parte mais "natureza", seguindo pela Ilha do Bororé, que já é uma área de proteção ambiental, pega uma trechinho da Imigrantes e logo entra na famosa Estrada da Manutenção. Pra quem não sabe, essa é uma estrada que segue paralela à Imigrantes e só é usada por carros da Ecovias (e ciclistas, claro!). A estrada é asfaltada, mas bastante estreita, com muitos trechos cobertos de folhas/limo, alguns esburacados, etc. E passa bem  no meio da Serra do Mar, então é lindo. A rota segue passando por dentro de Cubatão e termina em Santos.
Esse trajeto, com algumas variações, já era bastante conhecido e utilizado por ciclistas, mas parece que foi batizado com o nome da Márcia porque foi o último passeio que ela fez antes de ser atropelada.
Agora todos os anos, no início de dezembro, ocorre o "Passeio Cicloturístico Rota Márcia Prado", um dia em que milhares de ciclistas (milhares, mesmo, parece que em 2012 foram quase 9000!) descem a serra por esse caminho, homenageando a Márcia e cobrando do governo projetos pendentes relativos a bicicletas.
Mas o caminho está aberto o ano todo, e foi assim que, em 11 de novembro de ano passado, tive o prazer de completar esse trajeto com meus amigos do Butantã Bikers!
Abaixo algumas fotos:


Fomos de trem até a estação Grajaú pra economizar os 20km da ciclovia da marginal!

A represa, onde se pega a balsa pra Ilha do Bororé 
A galera aguardando a balsa e eu tirando foto porque tava difícil acreditar que existe uma travessia de balsa dentro da cidade de São Paulo! Vem ônibus dentro da balsa, ônibus de linha!


"Aportando" :)


APA (Área de Proteção Ambiental) Bororé Colônia

Uma singela igrejinha na ilha!


Ver os pilares da Imigrantes de perto é umas das partes mais legais da Estrada da Manutenção. O negócio é impressionante, mesmo...

Um túnel desativado...

Cachoeira da Macumba (e tinha macumba, mesmo, hahaha!)

Minha magrela!

Em plena estrada da manutenção, mega cansada depois de uma subida (sim, tem subidas também, não é só descida!)

Descendo a Imigrantes, sem medo de ser feliz!

E finalmente em São Vicente

Nesse dia nós decidimos não fazer a rota oficial até o final, pois ela passa por Cubatão e esse é um trecho conhecido por muitos assaltos. Saímos da estrada da manutenção na altura da balança da Imigrantes e seguimos pela própria Imigrantes até São Vicente. Pode-se ir pra Santos, também, acho que dá na mesma em termos de distância.
Chegando lá, é só tomar uma ônibus de volta pra São Paulo. A bike vai no bagageiro. No total deu uns 80km.
É uma experiência sensacional!