Mesa 6.
Foi um debate sobre poesia com uns autores modernos (e jovens) dos quais eu nunca tinha ouvido falar: Heitor Ferraz, Eucanaã Ferraz (eita nominho) e Angélica Freitas.
É interessante saber o que as pessoas do seu tempo, da sua geração, estão escrevendo. Os clássicos são sempre garantidos, claro, não tem erro ler Manuel Bandeira. Mas tem algo de muito especial em ler o que os nossos contemporâneos escrevem. Mesmo que eles não entrem pra galeria dos grandes gênios, tem um apelo especial, um som mais familiar.
Gostei especialmente da Angélica, entao segue um dos poemas que ela leu lá (péssimo ajuntamento de L's...):
"na banheira com gertrude stein
gertrude stein tem um bundão chega pra lá gertude stein e quando
ela chega pra lá faz um barulhão como se alguém passasse um
pano molhado na vidraça enorme de um edifício público
gertrude stein daqui pra cá é você o paninho de lavar atrás da
orelha é todo seu daqui pra cá sou eu o patinho de borracha é meu
e assim ficamos satisfeitas
mas gertrude stein é cabotina acha graça em soltar pum debaixo
d'água eu hein gertrude stein? não é possível que alguém goste
tanto de fazer bolha
e aí como a banheira é dela ela puxa a rolha e me rouba a toalha
e sai correndo pelada a bunda enorme descendo a escada e
ganhando as ruas de st.germain-de-près"
Mesa 7: debate meio quente entre Atiq Rahimi, um afegão refugiado na França, e Bernardo Carvalho, autor brasileiro que eu preciso conhecer. Eu só me lembro que ele escreveu "O sol se põe em São Paulo", livro que faz relativo sucesso, acho que já vi até propaganda no metrô. Do debate mesmo não lembro muita coisa. Ficou só a vontade de ler os livros deles pra ver do que se trata.
Mesa 9: Mario Bellatin, um mexicano meio piradão, e Cristóvão Tezza, autor daquele livro que já tá virando best-seller, "O filho eterno", que conta sua história com seu filho deficiente. Eu esperava que ele falasse mais desse livro, mas o mexicano não deixou. A única coisa que eu acabei guardando dessa conversa foi seu comentário sobre problema pessoal Vs. problema literário:
"escrever não é uma confissão. Para escrever sobre problemas pessoais, é preciso resolvê-los primeiro. Aí, então, ele se torna apenas um problema literário."
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2 comentários:
Gi, tá ficando massa o seu diário da FLIP! Estou doida pra ler sobre o (Big) Chico! Wishing I had been there...Beijão, Thais
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