Hoje ouvi no rádio a seguinte notícia: “O dono da gravadora que produz os CDs de Amy Winehouse disse que ouviu demos de novas músicas da cantora e classificou o trabalho como sensacional.”
Mas será o Benedito?! Quanto mais ela tenta se destruir mais o talento dela brilha?? Esse tipo de situação tem cheiro de ironia celestial... Pense bem: enquanto a maioria dos mortais faz tudo conforme o figurino, ou seja, trabalha, estuda, prepara currículo, acorda cedo, guarda dinheiro, vai ao médico, faz exercícios, come frutas, legumes e verduras, ela fica lá enchendo a cara, cheirando até o nariz fazer bico e borrocando os olhos com delineador. Mas quando resolve trabalhar um pouquinho, nos curtos intervalos de lucidez entre uma rehab e outra, eis que o gênio aparece e, sem esforço ou disciplina alguns, uma nova obra-prima é gerada.
É o mito do artista boêmio se revitalizando mais uma vez. De tempos em tempos parece que precisamos deles pra quebrar a monotonia. Dá pra imaginar, por exemplo, a Marilyn Monroe morrendo velhinha, cheia de plásticas e netinhos? Dá pra imaginar o Kurt Cobain cortando a grama do jardim e morrendo de infarto aos 70 anos de idade? Não, não dá, não tem o menor glamour. Até a música clássica tem exemplos assim. Quem não se lembra do embate Mozart x Salieri no filme Amadeus? Salieri era um compositor de certo talento da época, esforçado e disciplinado, mas teve sua obra ofuscada pelo brilho de Mozart. Já Mozart era um fanfarrão, mas quanto mais farra ele fazia, melhor sua música ficava.
Alguém por aí já inventou a expressão “ócio criativo”. Eu estou pensando em cunhar a expressão “farra criativa”. Ah, se fosse fácil assim, né? Se bastasse cortar a orelha pra virar Van Gogh, ou se bastasse casar oito vezes pra virar Vinícius, ou se bastasse se entupir de drogas pra virar Amy. Não, não... a “engenharia reversa” não se aplica à vida, por isso em todo caso é melhor continuar pagando a previdência privada..
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Um comentário:
Excelente!!!ha,ha,ha
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